top of page

MINDFULNESS E GESTÃO DE PESSOAS

Andamos 47% do tempo distraídos, diz Harvard. A oscilação entre os pensamentos do que já aconteceu e projeções futuras são uma realidade in crescendo, fruto dos tempos digitais em que vivemos, onde parece que não chegamos a tempo a nada.


O bombardear constante de informação e a presença de múltiplos estímulos fazem com que nos habituemos à distração, à desconcentração e à atenção e presença parciais. Vamos de tarefa em tarefa neste “tenho que” que nos arrasta.


Até que surge a imperiosa necessidade de escolha: ficar num processo composto de tarefas que visam apenas objetivos ou querer fazer disso um processo vital, uma life-time experience diferencial é a consciência, a atenção plena colocada no próprio processo.


É a isso que chamamos de mindfulness: Mind – Mente | Fullness – Plenitude. Uma capacidade para sair do piloto automático e voltarmos ao presente, de permanecermos presentes, nesse presente; fazer visitas constantes ao “agora” pois, como dizia Eckhart Tolle, “o agora é o único momento que algum dia terá”.


Em palavras do próprio Kabat-Zinn, pioneiro na utilização desta prática no modelo da medicina oriental nos anos 90, mindfulness é “prestar atenção de maneira intencional ao momento presente sem julgamentos” (entende-se sem julgar e sem nos julgarmos). Aceitar o momento pelo que é, sem nos identificarmos com os nossos pensamentos.


Como implementar o mindfulness no contexto empresarial?


A prática do mindfulness é fácil, mas requer consistência e disciplina. Apostar nestes dois fatores é a chave para que tanto os colaboradores como a própria organização se beneficiem da sua utilidade. Quer seja através das diferentes técnicas de meditação, guiadas ou autónomas, seja em situações que os colaboradores aprendem da mão de um especialista, quer seja através da atenção plena em tudo aquilo que fazem: ler, escrever, ouvir, falar, comer, descansar… o impacto positivo que se gera é acumulativo e reverte na sua criatividade e produtividade, assim como na redução drástica das doenças crónicas, do absentismo, da insatisfação, do esgotamento e dos conflitos. Quando um colaborador se sente bem, o seu potencial ilimitado é ativado e colocado ao serviço do ecossistema organizacional.


Dicas para uma implementação efetiva:


  • Criar um compromisso com a prática,

  • Disponibilizar um espaço e horário para a mesma, assim como as condições adequadas e a acessibilidade ao material de apoio (almofadas, mantas, som…)

  • No início do dia gerar a intenção individual de colocar uma intenção concreta para a jornada laboral e ter essa intenção principal presente até o fim do dia

  • Manter uma respiração consciente durante toda a jornada e revisitar algumas técnicas de reeducação respiratória nos principais momentos: no início do dia, antes do almoço, depois do almoço e no fim do dia

  • Reduzir a velocidade na realização das tarefas: cultivar monotasking vs multitasking.

  • Fazer pausas e descansos segmentados

  • Escutar os outros

  • Colocar consciência nas nossas palavras e linguagem corporal – lembrar que mais importante do que dizemos é como o dizemos

  • Fazer o exercício de escutarmo-nos mais a nós mesmos

  • No fim do dia fazer uma breve reflexão, sem julgamento, do que foi a jornada e de como agimos nas diferentes situações


Artigo publicado na edição 123, julho/agosto 2019, da RHmagazine




40 visualizações0 comentário
bottom of page